workshop + exposição
Stephania Dudova, Wiktor, T. Tuffner, Edem Agbodjan, Nomi Schmidt Lauridsen, Matus Duda, Filipa Gorgulho, Ivan, Wanhan Su e V. Kacenak
4 quartos brancos
2020
Durante a pandemia covid-19 a aversão ao toque físico acelerou, tendo-o como uma violação da privacidade. Dentro deste contexto, o que resta do sentimento de solidariedade e amizade? O que acontece quando um grupo aleatório de pessoas se reúne sob instruções que exigem interação? Tendo como premissa a crença de que os seres humanos são, na sua essência amigáveis, e que as pessoas podem esforçar-se por se aproximar, cuidar e desenvolver uma consciência plural, esta exposição partilha vestígios do jogo-experimento que o coletivo de 10 pessoas aceitou jogar.
Divididos em 3 sugestões de jogo num workshop de 3 dias, os participantes envolvem-se numa série de jogos que os levam do indivíduo singular-preconceituoso
a um plural responsável. Play Story, Play Emotion e Play Place (Ativa histórias, emoções, e lugares) são as 3 sugestões que estão a ser jogadas e experimentadas.
Play Story aborda crenças humanas, convicções comuns que os indivíduos partilham e as expectativas e desilusões que daí resultam. Um dos jogos nesta categoria é o jogo Belief Length (comprimento da crença).
O Belief Length é jogado com 1 rolo de fita adesiva por pessoa, e 43 perguntas. Todas as perguntas apontam para a consciencialização do julgamento em relação ao outro, partindo de
perguntas que começam com "Acreditas que esta pessoa...". O jogo termina quando a 43.ª pergunta pergunta "Acreditas que esta pessoa gostaria que a convidasse para tomar uma chávena
de chá?" e é feito um intervalo para o chá.
Play Emotion trabalha as relações humanas e as tendências de espelhar e pensar no sentido plural. O jogo Circling Objects, que se enquadra neste tipo de jogo, divide-se em 3 momentos; os dois
primeiros devem ser feitos a pares e o terceiro com todo o grupo, terminando quando o tempo se esgotar. Este jogo tem como atividade principal o círculo, ou seja, há sempre um objeto a ser
focado e partilhado.
No último dia, a influência do artista é mínima, requerendo ações e decisões a serem resolvidas e tomadas em grupo. Play Place reflecte sobre o poder das possibilidades quando se opta
por propósitos conscientes e coletivos. O jogo Mudança de Mares começa com uma fotografia em escala de cinzentos que se assemelha a pixeis, e um saco de quadrados recortados de igual
escala e tons de cinzentos. Este jogo diz que uma fotografia é um mar e convida o grupo a modificar a imagem utilizando o saco de quadrados e o consenso coletivo.
No quarto dia, os vestígios deixados pelos jogadores humanos podem ser vistos e continuados pelos visitantes da exposição.